A jovem Maria Cacília (Letícia Colin, de Amor?) pertence a uma rica família carioca. Em uma noite, vai a um baile funk onde é "estuprada" por um grupo de homens.
A família quer que ela case imediatamente, por ter perdido a “pureza”, e para isso contata Edgard (João Miguel, de Gonzaga: De Pai pra Filho).
A família quer que ela case imediatamente, por ter perdido a “pureza”, e para isso contata Edgard (João Miguel, de Gonzaga: De Pai pra Filho).
O roteiro é adaptado da peça de Nelson Rodrigues, um autor ligado a questões polêmicas em seus textos. Então já podemos concluir que o filme deve incluir nudez nas cenas do filme.
Segundo o relado do próprio diretor durante do Cine PE, a distância entre gravações e estreia, que soma quatro anos, se deu porque muitas empresas não se interessaram em investir no projeto. As razões desse afastamento são o nome do dramaturgo e as cenas de nudez.
Em um tempo em que Bruna Surfistinha, a cinebiografia de uma prostituta, não patrocinar um classico nacional pega muito mal, pelo menos neste filme tem historia.
Se o filme merece elogios pela coragem gráfica, a verossimilhança é comprometida pelo passar das décadas desde que Rodrigues escreveu o texto. É difícil acreditar que aquela família tomaria a decisão de forçar um casamento de aparências nos dias de hoje. Para a história funcionar, a adaptação teria de ser mais profunda. A família de Maria Cecília teria de praticar uma fé mais conservadora, por exemplo.
A personagem da professorinha inocente vivida por Leandra Leal também não convence. Seria necessária uma caracterização mais extrema, na maquiagem e no figurino, para transmitir a personalidade reservada da moça. Tudo isso seria mais facilmente assimilado, se a obra fosse realizada como filme de época.
Tal acomodamento do roteiro prejudica demais o conjunto. Trata-se de um longa tecnicamente muito acima da média do que Moacyr Góes costuma entregar.